Carolina Beatriz Ângelo – A primeira mulher a votar

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Imagem de cartaz da peça O Livre Pensamento, exibida no Teatro Municipal da Guarda. Em https://www.tmg.com.pt/comprarBilhete?sid=a071v00000RReNSAA1

Carolina Beatriz Ângelo, a primeira mulher a votar em Portugal. Um conto para crianças.

A 28 de Maio de 1911 uma mulher fez história.
Depois de várias peripécias.
Avanços e recuos.
As mulheres não eram livres como são hoje.
Mas esta mulher não desistiu. Insistiu. E saiu vitoriosa.
Que grande lição!

Carolina Beatriz Ângelo era o seu nome.
Hoje muito reconhecido por todos.
Foi a primeira mulher a votar em Portugal.
Casou e pouco depois enviuvou.
Tornou-se chefe de família.
Ficou sozinha com a sua filha.
O espírito combativo não a deixou.
E ela, com a filha, pela filha, prometeu não se deixar abalar.
Fez do nascer mulher a força e valentia de sê-lo.

Muitas leis havia, para impedi-la de fazer o que tinha vontade.
“Tragam cá essa lei, que vou contorná-la.”
Ia ser a primeira mulher a votar, ou não se chamasse Carolina Beatriz Ângelo.

Nascida na Guarda, terra mais alta de Portugal, resolveu fazer como tinha aprendido.
A família sempre a incentivou a ser diferente, combativa, livre.
O pai tinha sido o motor desta mulher.
Permitiu a Carolina Beatriz Ângelo continuar os estudos.
Formou-se em Medicina.
Logo depois casou.
Com um médico activista e republicano.
A vida corria-lhe de feição.
Foi a primeira cirurgiã portuguesa, no Hospital São José.
Feminista. Lutou.
Lutou por um salário igual ao dos homens.
Lutou pelo direito ao voto, pela protecção da família e protecção na maternidade, pelo
direito à educação.
Consciente de que era o momento de traçar um novo caminho para as mulheres
portuguesas.
Pediu para ser incluída nas listas, afinal a lei não fazia distinção entre homem e mulher!
“Mais de 21 anos, chefe de família, a saber ler e escrever”
Que bom, pensou ela!
“Eu tenho mais de 21 anos, sou chefe de família e sei ler e escrever!”
Como a resposta ao pedido tardava, Carolina resolveu ir para Tribunal.
Sorteado o processo, às mãos de um conhecido foi parar.
O processo foi entregue ao juiz João Baptista de Castro.

Pai da sua amiga de tantas lutas, Ana de Castro Osório.
Decidiu que ela podia ir em frente.
E escreveu uma sentença que mais ninguém ia esquecer.
Carolina Beatriz Ângelo podia votar!
Muita conversa esta sentença gerou.
Mas Carolina Beatriz Ângelo não se deixou intimidar.
A 28 de maio de 1911, Carolina Beatriz Ângelo foi votar.

Votou na freguesia de São Jorge de Arroios.
Sob olhares e conversas.
É preciso muita persistência para mudar.
E muita coragem para enfrentar!
Carolina Beatriz Ângelo entrou para história.
Na esperança de que ela se tornasse melhor!
Depois de voltas e reviravoltas,
Foi a primeira mulher a votar!

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