No outro dia dei com um artigo no twitter da Vogue britânica fazendo um elogio das carteiras pequenas. Claro que estava a divulgar um novo modelo Prada (nem por isso muito bonito e nada prático – é para usar na mão, em vez de no ombro), mas é um ponto importante e que tantas vezes vemos como irrelevante.
Facto: usamos carteiras demasiado grandes e demasiadas pesadas. Ora esta vossa amiga foi uma frequente sofredora de contraturas (várias razões me tornaram propensa a elas) e uma das medidas preventivas que tomei para as evitar e ficar me casa três ou quatro dias sem me conseguir mexer apesar dos analgésicos e dos relaxantes musculares (que tomava com liberalidade) foi deixar, de todo, de usar carteiras grandes.
Agora uso as carteiras mais pequenas que consigam conter o mínimo indispensável para transportar: porta-moedas (também ele já sempre da medida mais pequena), chave de casa e do carro, batom de cieiro, batom de cor, óculos escuros, uma esferográfica, uma power bank (as mais leves e mais pequenas), um comprimido de paracetamol, o telefone e já está. A agenda (de papel e formato A5) e o ipad andam na mão. De resto também é uma boa disciplina para deixar de andar permanentemente com tralha atrás que não preciso. Antes da mudança era comum encontrar uma meia dúzia de esferográficas de cores diferentes na carteira, quatro ou cinco batoms diferentes, um caderno A6, porta-moedas comprido e volumoso cheio de papelada, comprimidos suficientes, para curar surtos de Ébola e por aí fora nos quilogramas para os meus ombros.
Agora só uso carteiras maiores quando faço viagens – e noto logo a pioria.
As carteiras causam dores nas costas por várias razões: são demasiado pesadas, usamos geralmente só de um lado, inclinamo-nos quando trazemos totes grandes e pesadas, têm alças finas que não dão suficiente apoio ou de materiais que magoam e, por fim, só damos conta do problema quando já estamos com os músculos duros e dolorosos.
Há várias estratégias para prevenir as malvadas dores nas costas: usar mochilas (no meu caso – nunca! só quando tenho de transportar o computador em viagens), trocar a carteira de lado com frequência, usar carteiras com alças grossas, fazer exercícios para fortalecer os músculos das costas, e, claro, usar carteiras mais pequenas. E, acrescento eu, ao mínimo sinal de músculo tenso, é correr para fazer uma massagem nas costas para impedir que a tensão se torne em contratura.
Usar carteiras pequenas pode ser uma questão de moda, mas é acima de tudo uma questão de saúde. E, outra vez, uma boa aprendizagem para prescindirmos de estar sempre acompanhadas de muitos objetos que, afinal, não precisamos.