Os companheiros ocultos do amor

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O que são os companheiros ocultos do amor? Aquilo que associamos ao amor, tanto a amar como a ser amados. O que recebemos em crianças com o nome de amor e muitas vezes não era isso.

Como crianças aprendemos a associar sensações a palavras, um pão é um pão, um gato é um gato, mas as emoções têm contornos mais subtis.

O que é tristeza, o que é raiva, o que é amor? E por outro lado é que é certo ou errado? Normal ou anormal?

Aquilo a que chamamos “normal” é apenas o que foi a norma na nossa experiência de infância. Quando dizemos normal, na verdade o que estamos a dizer é que é-nos familiar. É algo que reconhecemos como a norma.

E porque é que falamos sempre da infância nestes casos? Não é porque estas definições fiquem estáticas a partir daí, mas, o cérebro de uma criança é infinitamente mais maleável do que o de um adulto, mais impressionável, ou seja o que fica “impresso” nos nossos neurónios como crianças forma uma espécie de programa base, sobre o qual vão correr os outros. Por isso quanto mais jovem é a criança – e esta “impressão” começa ainda antes da concepção… mas isso é outra história – mais profundamente fica gravada a ligação entre a emoção ou conceito e a palavra que associamos.

Para uns pode se abuso, para outros abandono, para outros perda da liberdade, outros insatisfação, são aquelas coisas de que não gostamos nas relações que temos, mas no entanto parecem perseguir-nos. Sabe quais são os seus?

Se se dá conta de que encontra repetidamente as mesmas situações, é boa ideia perguntar-se: De onde conheço isto? Com quem aprendi a aceitar isto ou a fazer isto?

É bom falar em livre arbítrio, mas… o livre arbítrio só se aplica a quem tem arbítrio – Resolução, determinação dependente apenas da vontade – quando estamos presos nas malhas dos nosso programas de infância não temos livre arbítrio porque nem sequer temos arbítrio, as nossas escolhas não estão dependentes da vontade, mas sim de mecanismos automáticos controlados pelo nosso subconsciente, onde moram os tais programas que já nem nos lembramos de onde vieram… mas que nos fazem parecer coisas atrozes normais.

Conclusão? Em vez de acusar as vítimas – que de uma forma ou de outra neste época somos todos – é mais inteligente dar-lhes a mão, criar estruturas com compaixão e coração para que tanto as vítimas, como os agressores possam mudar os seus programas para um novo normal, mais humano e feliz.

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