
No Laos, “terra onde se ouve o arroz crescer”, e o tempo se estende como as redes de secar o rei dos cereais e outros temperos quentes, descemos o Mekong durante dois dias até Luang Prabang. Cidade monástica, com charme colonial – é património mundial da Unesco -, o dia inicia-se pincelado a laranja com os monges a recolherem as almas pelas ruas e ruelas. Também em Luang Prabang estive, uma vez mais perto desses “gentis gigantes”, os elefantes, animais ligados à realeza e até à anunciação do Buda. Pernoitei na aldeia de Phonxay onde raramente param estrangeiros e nos olharam (ainda mais) de olhos em bico. Acolhidos numa casa de uma família, fomos abençoados por meia aldeia numa cerimónia tradicional lao, o Baci, onde nos sentimos profundamente acarinhados. Em Vang Vieng, conhecida pelos desportos-aventura e o ambiente bem relaxado, descemos o rio Song, de tubing, ou seja, bóia gigante. Há que descer e admirar os rios – e as montanhas – no Laos. Obrigada, terra tranquila, Kawp Chai Lai Lai, Lao.








Os monges receberem as almas (esmolas, o alimento do dia) ao nascer do sol é um ritual ancestral nos países budistas. A mancha laranja que preenche ruas e templos – e as câmaras dos turistas -, e nos aguça os sentidos e a curiosidade, ganha dimensão e espetacularidade em Luang Prabang, ou não fosse ela uma cidade orgulhosamente monástica.