No fim de semana passado, sábado à tarde, São Luís, houve mais uma edição da gala Sorrir na Educação. A primeira aconteceu há dez anos, uma ideia de Renato Paiva – um maravilhoso e gigante pedagogo – e da sua Clínica da Educação, uma instituição onde se ajudam os miúdos cuja vida escolar corre melhor se as suas especificidades pedagógicas forem contempladas. É uma gala com um ótimo fim: a cada edição, premiar dez associações que trabalhem na área da inclusão social de qualquer grupo de pessoas. Só mesmo para isso: para as felicitar, para reconhecer o valor do que fazem (que tantas vezes é invisível ou ignorado ou fica na penumbra), para mostrar que há quem repare. Como às tantas disse o Renato: ‘Para reconhecer quem faz o bem só porque sim!’
A gala foi uma conjunção de boas vontades. A apresentadora Fernanda Freitas (que colabora desde a edição inicial) estava em regime de voluntariado. Os artistas que atuam, o mesmo. Os ‘padrinhos’ que entregaram os prémios disponibilizaram o tempo sem pedir nada em troca. E foi, tudo, de fazer sorrir o coração.

Este ano, as seguintes associações foram premiadas:
Kastelo, que fornece cuidados paliativos para crianças com patologias crónicas.
Defende que as crianças devem viver felizes e aproveitarem os dias como se fossem os últimos, uma vez que muitas delas vivem dentro das suas casas e só saem para as consultas médicas. Já organizaram passeios para as suas crianças no comboio turístico, e criaram até um parque aquático para crianças deficientes.
Caminhar, que ajuda crianças a desenvolveram as capacidades pessoais. Trabalha também com séniores.
Mãos que Cantam, um coro criado na faculdade de saúde da UCP, para pessoas surdas.
Música Portuguesa a Gostar dela Própria, porque a educação deve ser vista no sentido lato e não no sentido escolar somente. Mostrar as tradições e as memórias coletivas tb é educação.
Coração Amarelo, instituição criada por antigos alunos do colégio das Caldinhas (que recentemente fechou devido ao fim dos contratos de associação), vai para 20 anos. Tem como objetivo proporcionar companhia aos idosos solitários.

EPIS, (Empresários pela Inclusão Social), que têm mais de 200 bolsas sociais atribuídas. São um conjunto de empresas para promover a inclusão social dos jovens, sobretudo combatendo o insucesso escolar.
SAPANA Org (em nepalês quer dizer sonho), associação que ajuda a capacitar cada pessoa para ser a sua melhor versão. Trabalha geralmente com pessoas em situação de desemprego, jovens em contexto vulnerável na zona de Oeiras, no centro prisional de Caxias. ‘Devolvem o sonho às pessoas que não o têm, seja porque nasceram no sítio errado, seja porque cometeram atos na vida que tiraram os sonhos’, afirmou o ilustrador Kukedo.
Acredita em Ti, organização que se dedica aos bairros de Quarteira, trabalhando com jovens em situação de vulnerabilidade social e com as suas famílias. Para tentar que os passados mais difíceis não dificultem os futuros destes jovens.
Desafio Jovem. Apesar do nome, a média de idades das pessoas que passam pela associação é de 49 anos. Atuam na reaprendizagem da educação pessoal, relacional, social de pessoas com dependências.
Sociedade do Bem, que implementa programas de desenvolvimento de competências emocionais e sociais junto dos alunos dos vários níveis de ensino, desde o jardim de infância.

Pelo meio atuaram Ruben Portinha, Pedro Vicente, Paula Teixeira, os comediantes d’Os Improváveis (e rimos imenso com os improvisos de Pedro Borges), a Fada Juju e Pierre Aderne. Uma tarde perfeita.