Disassemble, de Gilberto e Gabriel Colaço

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Num sítio hipster de Lisboa (perto do Campo dos Mártires da Pátria), na Galeria Bangbang (do casal de artistas plásticos Catarina Lira Pereira e Gilberto Colaço), numa sexta feira à noite (quente como manda o verão), os gémeos Gabriel e Gilberto Colaço inauguraram a exposição Disassemble. Vários acrílicos em papel – na linha dos seus trabalhos dos últimos tempos, com a oposição/dualidade – ou, talvez melhor, continuidade ou complementaridade – da natureza e de objetos de criação humana. Pequenas instalações com os mesmos temas. Os objetos human made são sobretudo construções, casas e carros (em degradação, como se brevemente tencionassem cobrir-se de vegetação e tornar-se parte da natureza). É uma curiosa escolha de opostos. As casas e as construções de tijolos são objetos fixos, impossíveis de mudar de local; os carros são a mobilidade absoluta.

Por fim expõem peças que misturam impressão de desenhos em 3D e pintura em acrílico. As casas e a construções voltam a figurar. Nestas obras o perigo já não é a natureza a invadir, mas o processo de desconstrução e de separação de partes destas construções – daí o nome da exposição.

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Gabriel e Gilberto Colaço, nascidos em 1975, vivem e trabalham em Portugal, entre Lisboa e Alcobaça. Apesar de terem ambos trabalhos a solo, a maioria das suas obras é concebida e produzida conjuntamente.

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Licenciados em Artes Plásticas – Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Pós-graduados em Desenho pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Desenvolvem o seu trabalho em conjunto, essencialmente sob o suporte do desenho, pintura e a instalação.

Das várias exposições realizadas, destacam-se: Variations Portugaises, Abbaye Saint André – Centre d´Art Contemporain Meymac, France (2018); Panorama – Le Consulat – curadoria de Adelaide Ginga, Lisboa (2018); Ensaios sobre a (in) flexibilidade do natural, Ministério do ambiente, Lisboa, curadoria de Andreia César (2018); Territorial, Mute Contemporary Art, Lisboa (2016); 2View, Lugar do Desenho, Fundação Julio Resende, Gondomar, Portugal (2013); Entre, Galeria Jaime Portas Vilaseca, Rio de Janeiro, Brasil (2013); Abre-Alas, curadoria de Beatriz Lemos, Felipe Scovino, Guga Ferraz, Galeria A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, Brasil (2010); Sets #3 – Galeria Ramis Barquet, Nova Iorque, EUA e Monterrey, México (2008); Start, Galeria Zaum Projects, Lisboa (2008); New Skins, Galeria Alvarez, Porto (2007); Gabriel & Gilberto Colaço + Nick Rodrigues, Rhys Gallery, Boston, EUA (2007); Large formats, Alejandra Von Hartz Gallery, Miami, EUA (2007); 14 fragmentos contemporâneos II – Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador, Brasil (2005); Bios, Galeria Pedro Serrenho, Lisboa (2003).

Receberam também alguns prémios ao longo do percurso, entre os quais: 1º prémio – “Arte e Espiritualidade”, Ministério da Cultura, Cordoaria Nacional, Lisboa (2006); 1º prémio de Pintura- IX Prémio de Pintura e Escultura D. Fernando II, Sintra (2005); 1º prémio – Prémio de Pintura, Herdade do Esporão e Diário de Notícias (2005); 1º prémio de pintura, Aveiro jovem criador 2003, Aveiro (2003); 1º prémio – Concurso Nacional de Fotografia Casa da Juventude – Póvoa de Varzim (2002).

Podem visitar a sua página aqui.

Disassemble pode ser visitada na Galeria Bangbang, na Rua Dr. Almeida Amaral 30b, 1150-138 Lisboa, até 12 de outubro.

 

 

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Mãe de dois rapazes e feminista (das duas características conclui o leitor inteligente que não quer exterminar os homens da face da Terra). Licenciou-se em Economia ao engano, é empresária, mas depois encarreirou para os Estudos Orientais, com pendor para a China. É cronista do Público e escreve ocasionalmente ensaios sobre livros e leituras na Ler. Já foi blogger e cronista do Observador e Diário Económico. Considera Lisboa (onde nasceu e vive) a cidade mais bonita do mundo, mas alimenta devaneios com Londres e Hong Kong.

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